O MPLA, a Oposição, os confrontos de Maputo e a destruição do Roque Santeiro - Wilson Dadá

O MPLA, a Oposição, os confrontos de Maputo e a destruição do Roque Santeiro - Wilson Dadá

Como há algum tempo já não se via, o MPLA e o seu Governo estão actualmente em plena sintonia nesta ofensiva política contra a UNITA e outros sectores mais críticos da sociedade civil. 

 

Para além de Samakuva e a R. Despertar, a estrela da companhia é nesta altura o activista e jornalista Rafael Marques, com a sua produtiva cruzada investigativa sobre a corrupção endémica e a falta de transparência institucionais em Angola, o que já lhe valeu uma "menção honrosa" do BP na passada sexta-feira.
 
Esta sintonia que é claramente estratégica, não constitui por si só uma grande novidade, embora tenha como explicação mais próxima um facto que nos parece encerrar algum renovado interesse analitico.
 
De facto, quando no inicio de Agosto se ouviu o porta-voz do partido governante, Rui Falcão Pinto de Andrade (RF), dizer que o MPLA não tinha que se pronunciar sobre os resultados das investigações jornalísticas que estão a ser conduzidas pelo "inspector" Rafael Marques, ficou-se com a impressão que estava a registar-se uma inédita ruptura na cadeia de solidariedade política do regime angolano.
 
“Angola é um Estado de Direito e tem órgãos competentes para se debruçarem sobre este tipo de acusações. O MPLA não tem de se pronunciar sobre um assunto que deve ser analisado nos órgãos competentes. O que o MPLA gostaria era de ver esses órgãos competentes a pronunciarem-se sobre essas acusações”, disse Rui Falcão.
 
Este pronunciamento em nosso entender não terá sido nada bem digerido pelo topo da pirâmide, o que colocou RF numa situação parecida com aquela viveu Kwata-Kanawa àquando do debate da nova constituição.
É caso para concluir que RF coleccionou assim o seu primeiro cartão amarelo, percebendo-se melhor agora a radicalização do seu discurso contra a oposição, que sendo próprio da sua natureza politica mais agressiva, pode de facto ser também o reflexo de algum "puxão de orelhas" interno.
 
Como justificação desta subida de tom e da tensão política parece estar uma jogada clássica de antecipação, tendo como conselheiro os sangrentos acontecimentos de Maputo, na sequência da vitoriosa revolta popular que acabou por forçar a Frelimo e o seu Governo a recuarem em toda a linha, num desenvolvimento que nos parece inédito na história daquele país.
 
Com esta jogada de antecipação, o MPLA está claramente a responsabilizar a UNITA por futuras situações de instabilidade e de insegurança que venham a ocorrer em Luanda (mas não só).
 
A destruição do Roque Santeiro terá certamente consequências inevitáveis no equilibrio precário da caótica capital angolana. O disparo da criminalidade será uma delas, mas pode haver outras mais profundas.
 
Ignorar este facto e tentar transferir de imediato responsabilidades para terceiros, pensando apenas na estratégia da sobrevivência política, não nos parece que seja a melhor solução para atacar os problemas recorrentes de Luanda, que só podem ser agravados com acções como foi a transferência do Roque Santeiro para uma "miragem" chamada Panguila.
 
 
Fonte: morro da maianga

Comentario

Não evoluem

Zeloso Maria Ndukulia | 11-09-2010

Esta gesta de cobais não evoluiem.
A questão do Roque Santeiro tem a concordância quase completa da pub sociedade luandense quanto à necessidade da sua transferência, ou, pelo menos, da sua remoção do local que ocupava, com todos os problemas que criava. Ocupava um espaço nobre, engarrafava o trânsito e era, também, local de pasto para alguns criminosos.
Além disso, não houve resistência, ostensiva pelo menos, dos vendedores à transferência. Os dias de mercado e os ganhos no Panguila dirão se foi bom assim ou não.

A A Rádio Despertar, ou melhor digo VORGAN da UNITA, está a incitar os angolanos à desobediência civil o que pode fazer com que alguns venham pagar muito caro por essa irresponsabilidade.

Este psicopata de Wilson já nos habituou as sua patéticas e irresponsável artigos que nem conseguem limpar a incardida imagem dos crimes que cometeram junto das populações indefesas que já vos julgou e bem nas urnas. Agora mais que nunca é um interro que procuram.
Já alguma vez eu disse que no MPLA existe a pluralidade de ideias e por isso não pensamos como um só como muitas das vezes propalam e essa foi a razão que as medidas e decisões são tomados nos seus orgão pois Dr. Rui Falcão não decide sozinho as questões que se colocam no dia a dia.
Até ali, vocês estão ultrapassados no espaço e no tempo, e agora vomitam as vossas desilusões.

<< 1 | 2
Novo comentário

Reflexão da semana

Os Últimos Dias De Savimbi - José Gama

Entre os dias 4 e 8 de  Abril  de 2001,   a UNITA reuniu a sua direcção e militantes,  para reflectir estratégias naquilo que veio a ser  sua 16ª conferência partidária cuja discussão  interna  atribuía-lhe particularidades de  um congresso. O local escolhido foi a  área de saluka, na nascente do rio Kunguene, um afluente do...
1 | 2 | 3 | 4 | 5 >>

 

www.a-patria.com      O portal de noticias de Angola

 

 

Clique no botão Play para tocar o Ipod!

As músicas tocarão automaticamente!



 

Publicite no nosso Site!